Explosões de caixas eletrônicos assustam a população que enfrenta falta de atendimento bancário

A cada dia as cidades do interior se tornam cada vez mais alvos dos ladrões de caixas eletrônicos e o crescimento desse número assunta a população, que faz uso desse equipamento eletrônico. Além do medo dessas ações de violência, a população enfrenta a falta de atendimento bancário. As ações são sempre as mesmas: homens encapuzados com armamento pesado, vão até os alvos de madrugada e executam a explosão usando bananas de dinamites destruindo agências bancárias e caixas eletrônicos que ficam em locais estratégicos.

Neste ano, uma quadrilha explodiu o caixa eletrônico que ficava no Centro Operacional do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saee), na madrugada de sete de janeiro. Bandidos encapuzados renderam o vigia ás 5 da manhã e executaram o crime. Já no final do ano passado, foram vários registros de explosões de caixas eletrônicos em municípios com menos de 20 mil habitantes, totalizando oito cidades no Estado de São Paulo: Alambari (SP), Campina do Monte Alegre (SP), Conchas (SP), Jumirim (SP), Nova Campina (SP), Pilar do Sul (SP), Paranapanema (SP) e Porangaba (SP). Sorocaba também foi alvo dessa quadrilha no ano de 2014. 

Foto: Arquivo Sindicato dos
Bancários de Sorocaba e Região
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região, Júlio César Machado, há muito tempo o sindicato vem discutindo esta questão com os banqueiros. "Este problema é muito sério e pode afetar o cidadão se as explosões acontecerem em momento de movimento", declara Machado. Ainda segundo Machado, o sindicato solicitou policiamento em torno dos caixas eletrônicos e a mesma solicitação também foi enviada para o Ministério Público. "Recebemos como resposta do MP que as explosões são realizadas durante a madrugada então, não havia a necessidade do aumento policial",lamenta o presidente.

O Júlio ressaltou que o sindicato também apontou para a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a destruição do patrimônio público, quando as notas são pintadas após uma explosão, que inutilizadas, perdem o valor e o Banco Central (BC) é obrigado a emitir novas notas em substituição das que foram perdidas na ação das quadrilhas. "Somos nós que pagamos por isso. A FEBRABAN não respondeu nossos apontamentos. Agora os estabelecimentos comerciais começam a retirar as máquinas, com medo da destruição de seus patrimônios, o que é compreensível, mas os bancos fazem de conta que o problema não é deles e como costumam dizer, é problema de segurança pública", afirmou Júlio.

Outro problema que o presidente aponta é a atitude dos bancos em transferir os gastos das explosões, para o conhecido banco 24 horas, que assumirá todas as máquinas dos bancos conveniados. Ele ainda dá o exemplo das maquinas do Bradesco, que segundo ele, já começaram a sumir do mercado. "Em resumo, os banqueiros estão anos luz a frente do povo brasileiro, que ainda não acordou para a realidade, de que banco no Brasil serve para enriquecer seus acionistas, enquanto o serviço social fica para a CAIXA, que muito provavelmente terá seu capital aberto, como foi feito com o Banco do Brasil", orienta.

Com o aumento de explosões dos caixas eletrônicos e os bandidos soltos e sem os serviços bancários, a população recorre ao atendimento das lotéricas e correspondentes bancários (locais onde são autorizados a receber contas) que para o sindicato, são despreparados para esse tipo de atendimento. "A população terá que se satisfazer com esse atendimento que lamentavelmente, são despreparados para esse tipo de trabalho que requer muito cuidado e sigilo",conclui o presidente.


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