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O inverno começou no último
domingo (21) em todo o país, com a ocorrência de dias mais frios e a utilização
de agasalhos por boa parte da população. A estação pode trazer risco de
complicações para a saúde visual das pessoas, alertou o presidente da Comissão
de Projetos Especiais da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Marcus
Safady.
Enquanto o
verão é caracterizado por conjuntivites bacterianas e a primavera por conjuntivites
alérgicas, no inverno a queda da umidade relativa do ar costuma piorar os
sintomas de quem tem a síndrome do olho seco, ou olho ressecado, que inclui
sensações de queimação, areia, embaçamento, entre outros. “Porque é uma época
de umidade mais baixa, na qual as pessoas que já têm um ressecamento ocular
tendem a sofrer um pouquinho mais”.
Durante a
fase do inverno, Safady destacou que se a pessoa tiver que permanecer em
ambientes mais agressivos, com ar condicionado muito forte, ou sujeito a vento
ou poeira, é preciso tomar cuidados adicionais. O colírio, por exemplo, “que é,
normalmente, uma lágrima artificial que o paciente utiliza, deve ser usado mais
vezes”. Marcus Safady lembrou que em viagens de avião que duram mais de oito
horas, o passageiro deve, além de beber muito líquido e lavar o rosto, pingar
colírio, ou lubrificante ocular, de meia em meia hora. “São maneiras de minorar
as complicações que o meio ambiente traz para o paciente com olho ressecado”.
Essa
síndrome do olho seco difere de região para região do Brasil, “porque varia com
a umidade do ar. Quanto menor a umidade, mais sintomas vai ter esse paciente e
mais cuidados e mais frequência de uso desses colírios”, explicou. Ele
acrescentou que é muito comum um paciente que tem a síndrome do olho seco
equilibrada no Rio de Janeiro e se muda para Brasília ter uma piora no quadro
de ressecamento ocular, além da parte respiratória, em certas épocas do ano em
que a umidade cai ainda mais. “A regionalidade do problema é proporcional à
umidade do ar”, enfatizou.
Safady
observou que o computador também desencadeia sintomas de ressecamento ocular
para uma pessoa que normalmente não tem essa síndrome. Isso é agravado se o
ambiente tem ar condicionado muito frio. “Só o uso do computador, por si só, e
vários estudos mostraram isso, diminui o índice de piscar, que faz a lágrima
renovar e proteger o olho de maneira eficaz”.
De acordo
com o oftalmologista, a gente pisca, em média, uma vez a cada seis ou dez
segundos. Estudos indicam que quando a pessoa está no computador, ela chega, às
vezes, a ficar 30 segundos sem piscar, com repercussões na lubrificação ocular
e nos sintomas de ressecamento. A recomendação do especialista é que a pessoa
procure piscar mais vezes diante do computador. A média ideal é piscar a cada
dez segundos. “Ao mesmo tempo, piscar mais e instilar mais o colírio protetor.
A orientação básica é essa: piscar e lubrificar”.
Safady
admitiu que o uso de umidificadores em casa ou no trabalho pode ser útil
durante o inverno, aumentando a umidade do ar e melhorando os sintomas da
síndrome. Em relação ao uso de óculos escuros durante o inverno, disse que não
há contraindicação. Os óculos protegem mais mecanicamente contra vento ou
poeira, mas não proporcionam nenhuma vantagem terapêutica. A pessoa pode usar
óculos escuros se a incidência de luz incomodar.
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