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Foto: Divulgação/Agência Nacional de Gestão de Emergências da Nigéria |
Refugiados
estão ensinando idiomas e apresentando sua cultura a estudantes brasileiros, em
cursos de árabe, inglês, francês e espanhol que começaram esta semana, por meio
do projeto Abraço Cultural, promovido pelas organizações não governamentais
(ONGs) Instituto de Reintegração do Refugiado Brasil (Adus) e a
plataforma social Atados.
O congolês Alphonse Nyembo, 29 anos, é um dos
professores de inglês. Ele, que também fala francês, chegou ao Brasil em 2012,
fugindo da guerra em seu país. Nyembo disse que muitas pessoas confundem as
culturas de diversos países da África e que o curso é uma oportunidade de
apresentar essa variedade, além de compartilhar o que já viveu por lá.
“É bom esclarecer e falar um pouco da cultura
africana, da culinária, de muitas danças, que variam de país para país”,
ressaltou. Com o dinheiro que ganha, ele cursa engenharia mecatrônica. Quando
se formar, ainda este ano, pretende conciliar a nova profissão e as aulas que
dá para os brasileiros.
A bancária Carla Lima, 22 anos, escolheu
cursar inglês com foco na cultura africana. “Gostei muito da proposta do curso
por trazer esses professores, que já vêm para cá em uma situação complicada, e
dar uma oportunidade de eles terem esse abraço mesmo, de serem incluídos no
mercado de trabalho”.
A coordenadora do grupo de inglês do projeto,
Blandiny Ferrari, explicou que um dos objetivos do curso é quebrar barreiras
entre refugiados e brasileiros, promovendo a troca de experiências, a geração
de renda e a valorização pessoal dos professores. Para os alunos, o curso
proporciona a troca cultural, com aulas que vão além da lousa e dos livros,
incluindo culinária, música e dança, arte e artesanato e uma palestra que vai
abordar arqueologia e história. “Desde o início, o professor traz um pouco da
cultura dele e o aluno transmite a sua cultura para o professor”, acrescentou a
coordenadora.
De acordo com o Comitê Nacional para os
Refugiados (Conare), em outubro de 2014 havia 7.289 refugiados reconhecidos no
Brasil, de 81 nacionalidades, incluindo reassentados. Os principais grupos vêm
da Síria, Colômbia, de Angola e da República Democrática do Congo.
As aulas são dadas na BibliASPA, em Santa Cecília. As inscrições para o curso
de férias em julho já foram encerradas e as aulas iniciadas. Maiores
informações podem ser obtidas no sitewww.abracocultural.com.br. Via Agência Brasil
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