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IMAGEM: Fábio Pozzebom / Agência Brasil |
Após mais de quatro horas de discussão, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 171/93 que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Foram 303 votos favor, 184 contra e 3 abstenções. Para ser aprovado, o texto da PEC precisava de, no mínimo, o voto de 308 deputados. A votação, considerada histórica por sua repercussão, começou pouco depois da meia-noite. A PEC reduz a maioridade penal para a prática de crimes hediondos, como estupro, latrocínio; homicídio qualificado e lesão corporal grave, lesão corporal grave seguida de morte e roubo agravado (quando há sequestro ou participação de dois ou mais criminosos, entre outras circunstâncias).
Como o texto rejeitado era um
subistutivo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que o
plenário deverá fazer nova votação para deliberar sobre a proposta original que
diminui a maioridade penal para todos os crimes. “Iremos deliberar no colégio
de líderes a deliberação”, disse.
Em uma sessão marcada por um
plenário dividido, mais de 20 deputados se revezaram na tribuna para defender e
argumentar contra o relatório do deputado Laerte Bessa
(PR-DF) aprovado no último dia 17, por 21 votos a 6 na comissão
especial destinada a analisar o tema.
O líder do
PMDB, Leonardo Picciani (RJ), disse que a maioria da bancada votaria a favor
“Nós somos favoráveis porque ele propõe a redução para os crimes hediondos,
graves e sobretudo os crimes contra a vida”.
Mesma
posição foi tomada pelo deputado Moroni Torgan (DEM-CE) que defendeu a redução
sob o argumento de que a medida vai acabar com a sensação de impunidade.
“Queremos acabar com a impunidade para esses adolescentes que cometem crimes
graves e que praticamente não são punidos como se deve", defendeu.
Contrário à
redução, o líder do PROS, Domingos Neto (CE), argumentou que a sociedade quer o
fim da impunidade, mas que muitos parlamentares também se colocam a favor para
dar uma resposta a opinião pública. “A nossa bancada é contra este modelo de
redução que se estende a alguns setores da sociedade pois é discriminatório.
Temos que firmar o compromisso de modernizar o Estatuto da Criança e do
Adolescente [ECA]”, disse. “A opinião pública condenou Jesus Cristo e absolveu
Barrabás”, complementou o vice-líder do governo, Sílvio Costa (PSC-PE).
O governo se
posicionou contra a redução e defendeu como alternativa a alteração no Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) para aumentar o tempo de internação para os
adolescentes que cometerem crimes graves, além de mudanças na legislação para
endurecer as penas para quem aliciar adolescentes para a prática de crimes.
“Não podemos agir emocionalmente, mas também não podemos deixar de dar uma
resposta para a sociedade. E o governo está propondo essa mudança”, afirmou
Guimarães.
Após a divulgação do resultado, os
manifestantes contrários à redução comemoraram e cantaram o Hino Nacional. desde a manhã eles
promoveramatos contra a PEC. Os protestos contra a aprovação da proposta
reuniram integrantes de organizações estudantis, centrais sindicais e
movimentos sociais contrários a redução da maioridade penal. Em frente ao
Congresso Nacional, o gramado foi ocupado por manifestantes com faixas e
cartazes em um ato contra a PEC. (AB)
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