Para onde vai seu computador velho?O Brasil já é um dos maiores mercados de computadores do mundo - e logo vai ser um grande produtor de lixo eletrônico. Estamos prontos para cuidar de todo esse e-entulho?
Via planetasustentavel.abril.com.br
Numa conta otimista, considerando-se um uso médio de cinco a
oito anos para essas máquinas, pode-se esperar uma enorme quantidade de lixo
eletrônico em 2015. Mas nem é preciso olhar para o futuro para entender o
problema. Quatro anos atrás, 19% dos domicílios urbanos tinham um computador de
mesa. Em 2008, já eram 27%. O número de computadores vendidos a cada ano subiu
de 8,2 milhões para 11,7 milhões nesse período, de acordo com a consultoria
ITData. O Brasil é um dos maiores mercados de computadores do mundo. Logo vai
ser também um dos líderes na produção de lixo eletrônico, um problema ambiental
que já é grave atualmente e tende a piorar com a digitalização dos países
emergentes.
No mundo, 40 milhões de toneladas de resíduos
eletrônicos são geradas todo ano, mas apenas cerca de 10% são reciclados de
forma apropriada. No Brasil, não existem dados confiáveis sobre a reciclagem desse
lixo, mas experiências mostram que a situação é parecida. A operadora Vivo
oferece um serviço de reciclagem de celulares em 3 400 pontos de coleta em
lojas próprias e revendas. Do total de aparelhos trocados, porém, somente 5%
são coletados. "Parte do que não é coletado deve estar guardada ou foi
repassada a alguém", afirma Juliana Limonta, consultora de
responsabilidade socioambiental da Vivo. Um estudo está sendo feito pelo
Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre, uma associação de empresas) e
pelo Ministério do Meio Ambiente, com entidades do setor eletroeletrônico, para
descobrir o destino dos equipamentos velhos. "Alguns resíduos são jogados
em lixo comum", diz André Vilhena, diretor executivo do Cempre.
"Acabam em lixões ou são retirados por catadores." O grande problema
desse cenário é que o manuseio errado dos equipamentos pode contaminar o solo e
a água, conforme as peças se oxidam.
LEGISLAÇÃO
Leis para tratar o lixo eletrônico no Brasil começaram a ser
criadas há apenas três anos. Em agosto, após quase 20 anos de discussão, foi
sancionada a lei federal que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
definindo o descarte de diversos tipos de lixo, entre eles o eletrônico. A lei
tem dois aspectos importantes. Um é a obrigação de criar sistemas de logística
reversa, ou seja, um sistema que permita a volta dos equipamentos ao setor
industrial para ser reaproveitados. O outro é a definição de que a
responsabilidade pelo descarte correto é compartilhada entre fabricantes,
distribuidores, importadores e consumidores. A lei ainda depende de
regulamentação, mas algumas empresas se adiantaram. Desde 2006, a Dell oferece
um sistema de coleta de eletrônicos e acessórios aos clientes brasileiros (não
corporativos), agendada pela internet. O
cliente apenas embala o que tem para descartar e uma transportadora leva os
resíduos para a reciclagem.
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